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27 de dezembro de 2013

Persépolis.


Persépolis, uma das narrativas mais lindas, tristes e transformadoras que tive a oportunidade de ler em 2013. A história de uma iraniana desde a sua infância até a vida adulta. O drama de um país opressor, em constante guerra. Um livro sobre perdas, e como você tem que lidar com elas. Superá-las. Ou ao menos tentar. Uma trama autobiográfica que mostra as alegrias e tristezas de uma família que pensa pra frente em um lugar cheio de restrições. Uma personagem que vai tocar seu coração e te fazer repensar muitas coisas em sua vida. E talvez até te faça chorar. Acredite, não é tão difícil. Não com esta história.

Em quadrinhos em preto e branco, a obra de Marjane Satrapi, de forma bastante rápida e dinâmica nos apresenta a menina Marjane, uma iraniana muito curiosa, que cresceu ouvindo histórias do pai sobre a política do país e tudo o que já aconteceu no Irã. Sempre muito esperta, até os seus 10 anos de idade ela teve uma vida livre, até ser obrigada a usar o véu islâmico e estudar em uma sala de aula só de garotas. Ela estava lá quando seu país entrou no regime xiita, e viu quando tudo mudou. 

O livro é extremamente tocante, pois mostra todos os destaques da vida de Marjie, seus medos, inseguranças, tudo o que ela e seu povo passaram em seu país. Guerras, mortes, escassez de comida, repressão, proibição a liberdade, e muitos outros problemas são mencionados e vividos na trama de Satrapi. Ela cresce vendo tudo isso, e desde cedo precisa lidar com perdas. Precisa ser forte. 

E a história não se foca apenas na política e guerra do Irã, é claro que esse é o motivo principal para tudo tomar o rumo que tomou, mas a vida de Marjane é o centro, e quando ela cresce, suas preocupações se tornam outras, o livro enfoca suas paixões, rebeldias, sonhos, planos, e toda a responsabilidade que a vida adulta traz.

A autora conseguiu colocar tantos sentimentos na narrativa que a história se torna um misto de várias características contraditórias que fazem com que o livro seja uma obra fantástica, emocionante e arrebatadora. Persépolis é triste, mas tem um humor que acompanha a trama, inocente, espontâneo. A obra é simples, mas é complexa; é doce, mas possui um contexto amargo, forte; é rápida, mas tem uma carga densa. Entende o que eu estou falando? É uma literatura tão rica, profunda...

LIVRO X FILME


Os dois valem a pena. Apesar de o quadrinho ter me passado uma emoção maior, o filme é praticamente igual ao livro, ressalva para algumas partes que na obra impressa são mais detalhadas e no longa é passado bem rápido, mas isso é comum em toda adaptação, a trama e todas as suas peripécias foram mantidas.
Sabe quando você termina de assistir ou de ler algo extremamente fascinante e acha que todo mundo deveria ter a mesma experiência? Persépolis. Foi assim que eu me senti. O mundo inteiro precisa conhecer a trajetória de Marjie. Então, se você gosta de história mundial, drama e/ou biografia, tanto livro quanto filme têm que entrar na sua lista de desejados. Sério, você não vai se arrepender.

MARJANE SATRAPI por MARJANE SATRAPI


A autora contou sua própria história de um jeito simples, mas a carga de sentimentos que ela exprime em seus desenhos e palavras transbordam das páginas e vão direto para a alma do leitor; é quase impossível conhecer a vida dessa personagem e não sentir uma compaixão, ternura por tudo o que ela passou.

Obrigado, Marjane.

*Ah, esqueci de falar, o exemplar que eu li de Persépolis peguei na biblioteca do meu colégio. Deem uma procurada na de vocês! \o/*

Um comentário:

  1. eu sou doida pra ler esse quadrinho, sou apaixonada por Hq's mas tenho preguiça de ler em pdf... e tenho ele justamente nesse formato... queria comprar o físico, mas é mto caro e meu orçamento por enquanto não colabora :(
    e só depois vejo o filme rsrsr
    bjs
    http://torporniilista.blogspot.com.br/

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